terceiro episodio
Ateísmo e pessimismo
Nesse sentido, convém lembrar que Buda e Schopenhauer eram ateus. Para os dois, essa realidade una, absoluta e transcendental eram respectivamente o Vazio e a Vontade. Para Buda, o homem deve esquecer e superar suas paixões e desejos terrenos para atingir a iluminação e escapar ao sofrimento. Para Schopenhauer este mundo é também uma ilusão e não devemos nos preocupar com ele, mas sim repudiá-lo.
O filósofo alemão, contudo, vê na arte a possibilidade de transcendência, em especial na música, que nos retira do tempo, do espaço e até do nosso corpo, resgatando-nos momentaneamente do suplício da existência.
A visão de mundo de Schopenhauer é profundamente pessimista. Para ele, somos escravos de nossos desejos. Mal satisfazemos um e outro surge, de modo que vivemos permanentemente insatisfeitos. Além disso, o mundo está repleto de injustiça e violência. A existência é, assim, uma fonte de sofrimentos.
"Cada vida individual é uma tragédia insignificante que termina numa morte inevitável", resume o comentarista inglês Brian Magee, ao referir-se ao modo como Schopenhauer encara a existência.
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